epígrafe







o pensamento
ao ritmo das distâncias risíveis
viaja pelos dedos além dos signos

























.1











Juana Romani







adversas silepses a intervalar o vento


[ amansos quietados em enojos de renda ]



( jus ao 3º acto )










digo a-deus com ternura nas mãos







Volodya Kenarev







agasto temporal
de um soluço
aguçado pelo a-deus
.raiz de um pensar entre o chão e
a roda do tempo .lacrimosa
.afagada pelo lapso de
um golpear o voo .assedado
.quimera de um re.pensar
o rendilhado ajuste de
um corpo devastado .assim
.porquê o golpe?






regresso amanhã para re.escrever o futuro







Volodya Kenarev







depois .o tempo das vigílias
.dos regaços intemporais afectos
ao fim .devassada a hora






no declínio das aparências







Volodya Kenarev







se deambulo fico
.se fico resgato turvas águas
.um férvido encontro entre
a palavra e o verbo
.como riso argênteo dum
re-inventar a-deuses
.ao limite dos afectos
esperam-se doações menores
exclusas em textuais a-braços
.registos aparentes
de um semi-deus
em amorável fascínio .talvez
.subverso afago






rente ao traço do a-deus







Volodya Kenarev







plácito o tríptico a-deus
ao vento à chuva ao ajuste temporário
.segundo a equivalência passada a errante
.após o naufrágio
.pasto ou silvo de aguçar regressos
.tidos como rendição
.quiseram-se as águas nas pausas e
no açude descolorido pelo mate
.um póstumo vocábulo ergueu-se felino
.há muito que se exigia
a passagem .afásica .no surrealismo de
um canteiro de mirtilos
.rente ao traço grácil de um verbo
.fragmenta-se um sofrido partir
.dúctil regaço






rasgos de ternura







Volodya Kenarev







rasga-se
de-mais
a ternura em
saudades .merencórias
.feras .em palavras
a que as lágrimas
- causa e efeito
- sucumbem como
gritos sufocados
num a-deus resistente
ao último minuto
.as horas querem-se de
memórias
.assim o parto a que o silêncio
se contradiz
em tempo de morte






a arte de conjurar o silêncio







Volodya Kenarev







não sei de a-mornar
.sei a traça de agasalhar o beijo .ávido






omitida a acção de ser … um poema (COM)sentido







Volodya Kenarev







deslize amistoso esculpe o beijo
anúncio ou transe em pedra
.comum ao desvario do mistério .semi-divino no humano afago






requeiro a in.tolerância dos lugares comuns







Volodya Kenarev








quimera esta que aflora o chão
.como beijo
.a boca enche-se de sulcos terrosos e
o modo de lacrimejar a despedida
veste-se de viscos .um calafrio .apenas
.cheio de vertigens que afloram
o solfejar promessas
.as mãos sujas .os pés descalços
.um resto de infinito
na intolerância dos lugares comuns
passíveis de restauro porque
a palavra afoga a despedida
como excesso de substâncias que
a véspera concebeu .infértil






enquadra-se o beijo na moldura dos des.ajustes







Volodya Kenarev







cedo se cerram fileiras face
ao choque inesperado do galope
.desenfreado
.dos cavalos a que a respiração
cortou o sobressalto
.restos de corpos acendem o recado e
o tempo passa .inexorável
.dos cavalos a retórica
.dos homens a guerra
.ignominioso gosto que se prolonga
.testemunho rendido à súplica que
ventila o sonho .carnoso
.não interessa
.como declínio res.guardam-se
pedaços de carne .corpos de
boca acesa pelos vermes
que os aquecem .assim
o beijo bem-quisto do
último amolador de facas






ainda a propósito da chuva .ou talvez não







Volodya Kenarev







recolho ao claustro dos meus olvidos
na maré-baixa de um aquoso intento
.abusivo senho?






poder pode mas não deve







Volodya Kenarev







pode o silêncio ser o
diferente mente
agrafado?
o rasgar a dúvida?
o invulgar mente
aceite
como verdade absoluta?
sentenças escritas na assimetria do
vazio ou ardis abrigados em envelopes azuis?
relutante ao facilitismo
a palavra esgrime-se .distancia-se
.foge .aproxima-se
.soletra em fuga permanente
.assim o vulgar em calafrio endeusado






despeço-me devagar mente do Inverno molhado







Volodya Kenarev







des.afio em compasso de não
o primeiro sinal de sol
.vertigem capitular da terra
em demolha cerrada .chove 
no apagar do dia
.no acender a noite
.no sobressalto do mar
.depuração de vagas
.amarras quebradas
.gentes sofridas .e o cinzento
enjeita a razão que se despede
em envelope selado
.é este o capítulo cruzado
no beijo dos anjos
despedido o Inverno
.Leviatã aquece o vinho
.eu esventro
o mistério do tempo que
teima em tributar a chuva 






a dúvida e o contraditório







Volodya Kenarev







e agora?
que faço da água que me tem escrava do ser-maré?
do vento-ladrão?
da chuva que em profundo des.acerto
incita o meu regresso ao útero-materno?
vigio a presença do breve
.se escrevo
aponto os dedos para o cursor molhado
.cercam-se os ritmos
.as bátegas conflituam a vigília que
se quer já seca
.até o parêntese .apesar de breve .apesar de
logo se exigir a rendição da chuva
.desisto .melhor assumir a queda de água
como prenúncio
breve de uma razão maior
.um aceitar a borrasca como um bem necessário
.porque não malsão?






carpe diem







Margarita Georgiadis







…… e agora vou-me embora .como se o
desarme das palavras me talhasse o NÃO ……






esgrimo-me entre prólogos e epitáfios







Margarita Georgiadis







quero-me na plenitude de um espaço
maior
de uma vertigem que
de tão solene
grava epístolas e redondilhas na
peregrinação dos milhafres e
na quietude de um tempo outro
tece rendas na pele dos nascituros
.finjo-me
nas esquinas das metáforas &ncriptadas
uma errante e
resisto ou exceptuo-me
na integridade dos versos
quando prólogo de um poema jamais
redondo






escuso-me no futuro como linguagem resistente







Margarita Georgiadis







quero acreditar na moldura da linguagem
porventura como contraste ao
despir das imagens dissidentes .há no voo
dos pássaros um nascer de voz
in.temporal e
tão breve quanto o esgrimir do a-deus
qual ícone contemplativo das memórias
resistentes






de universal a linguagem reserva o sal







Margarita Georgiadis







na vertigem do vento norte
as palavras podem ser rastilhos .paióis
de pólvora ou ícones assentes nas bancas
dos vendilhões dos templos .pedras
.sepulcros .mas nunca esquecimento de um
Tempo em que a história dos Homens se
imortalizou em letra minúscula .aparentes
gigantes do vazio
as palavras
sempre as palavras
ousam inverter os símbolos e
numa escravatura
subliminar
em acordos e convenções
originam migrações .meros
suplementos de voos numa proximidade
divinizada a ferro e sangue e
no silêncio
avocam tréguas como símbolo de uma
Ruína que a consciência apaga em lavra
secular






o contraditório como método de esquecimento







Margarita Georgiadis







o espírito do tempo tece murmúrios e
os sicários do poder
queimam pestanas e dedos ao en tarde’Ser
assoprados em
gólgotas de orgulho .migalhas .gestos e
tessituras em permanentes
contrastes .logros
arguidos entre deus e o diabo
na dicotomia
permanente
entre o bem e o mal .servidores do nada os
ditos senhores penduram panos
pretos nas molduras dos textos e
saqueiam
de passagem
servilismos e vozes a
despir instâncias como ícones de mortalidade






sou da causa e efeito o reduto final







Volodya Kenarev







respiro fundo
.sem agravo .remetida ao sublime abono de
uma Fiama que me tutela
 a intransigência ao fácil
.à transição desenhada de
uma Gabriela Llansol na evocação de
um persecutório referente
.invoco-as
em constante des.acerto
.delas absorvo a causa e o efeito do verso 
.numa abstinência exangue ao evidente
disseco-as .em vogais ásperas
registo-as em consonância ao resgaste
cúmplice de
quem
no ventre da escrita
gravita o desafio como reduto final
.gasto-me






nem tudo são rosas ,Senhor







Volodya Kenarev







retrocedo
devagar mente
para valsar a epimania dos Amantes
apócrifos






gestos e palavras com conteúdo







Margarita Georgiadis







troco por
contraste
a recusa
por um sol de-mais






na mutação das horas e dos minutos







Margarita Georgiadis







quedam-se as mutações dos adornos nos
movimentos das aves esgotadas
as argúcias e os dedos da morte .um rio
de saudade inscreve-se nas faces e
na pauta das metáforas
encriptam-se os modos de vivenciar as
manhãs cobertas de esperança .há
vestígios de ardis escondidos sob as
pedras e a irreverência dos novos infantes
sugam os ossos enquanto os abutres
celebram as desistências maternas .não
há espaço para os erros .não há
.conquanto frágeis
os augúrios inscrevem-se
irreverentes
num outro futuro






na vacatura dos ventos mutantes







Margarita Georgiadis







restrinjo a vacatura de um tempo
na omissão dos minutos e
deixo-a sufragar o silêncio no meio
da recusa e do medo .há uma prenuncia
de arrojo no frasear das metáforas e
estas
circunscritas à vertigem
tolhem os movimentos num arpear de erros
.talvez
.talvez amanhã o livre arbítrio seja uma
espiral de sonhos e os homens
acertadas as horas
aquietem as dúvidas nas madrugadas
púberes dos ventos mutantes






no desenfrear das desistências







Margarita Georgiadis







Leviatã recusou o rubro das cedências
como título ao gorjear dos enfermos
excedida a ruaça
ao programa matricial
.os deuses
inscritos em adenda
dissolveram a ferro e fogo a negação
como último gesto de recusa e
em ventre fértil
os infantes arrogaram o fim do
humanismo num passo
arrasado
de destruição






quando as desculpas se rendem







Margarita Georgiadis







é chegada a hora da rendição das bestas
abrasadas
em valas .arames farpados ou
o engodo de sermos talvez menos nós .quiçá
um grito
inscrito
numa fronteira como limite .um a-deus
menino na garganta
.um acordar já velho na ponta das baionetas ou
o recurso à força como poder em jeito
de tolerância






o jogo das palavras difíceis







Volodya Kenarev







a minha cabeça
tornou-se uma enorme bola em transição
.desapossada de pensamento des.ajuizei
.o meu corpo provocou sem remissão
um acentuado declínio
no estruturalismo consentido das metáforas
.no atonismo de projectos .nos estropos
.em caprichos e estrugimentos onde
o rosto espelha o des.amor das noites
(con)sentidas .dos dias des.amistados
na exaustão de agravos
.in extremis re.assumo a posição de controlo
(con)sinto o desajoujo acéfalo
encanando o invisível
no estrujo do esquecimento






a “sua” password foi alterada







Volodya Kenarev







ao homiziar os percutores
há que demandar ao absurdo
os expectáveis pontos de resistência
.ninguém é uma simples
equação matemática
.a ninguém se questiona a legitimidade
de Ser-um ritmo de ambições
.o estádio superior do conhecimento
exige movimentos figurados de unicidades
comuns à truania de
por trilhos e veredas
atingir o ponto de não retorno
.torpedear valores
consignados pela inhumana e
gélida metamorfose passa a ser
a password daqueles que
se têm como laudatório de
conflitos ou eutanásia de princípios






uma nota de aquoso solfejo







Volodya Kenarev







talvez possa ciciar jovial medrança
.tenho o refúgio do vento como barca de além-mar






devagar mente







Margarita Georgiadis







devagar mente
volatizo a vontade de pisar a chuva
.aqui a terra
é lugar de pousio .choro .agrura e morte
.além o mar
onde de borco os corpos resistem à petição
das vagas .sobreviventes






bordados a ponto cruz







Margarita Georgiadis







enquanto sopro de angústia
eis a desculpa
do latejar a morte .o medo fere
os corpos vagamundos num nortear
a cadência das horas violadas
.o ódio fratricida
vincula .arma-nos até aos dentes
.somos velames
taciturnos
dum branquear a fome
o medo
o não olhar para além
do terrado .uma vala comum e um
crepitar de lágrimas ou a moeda de
troca num gazear de armas grafitadas
pelo mar
.morto
.somos o que cerzimos .a ponto
cruz






no acenar do medo







Margarita Georgiadis








não sei o significado das coisas fáceis. dos
ritmos abafados .das simetrias amansadas
pelas palavras de ordem
arroladas em celofane .os lobos
varreram os ecos numa algazarra de
aguarelas gizadas pelas armas .deixam-se
aquietar na raiva que os acirra .nas patas
que sangram o perdão
não facilitado dos que nada têm para
trocar .comuta-se um olho por uma perna
.um esgar de morte
por um sorriso .terrível a força mordaz
com que as memórias se afundam nos caudais
que não correm para a foz
.rasuram-se na baba congelada dos que
arengados ao chão
regam a sangue a vala dos lugentes
enquanto
o gosto pela mordidela fere o palco
das maledicências precárias 





no encontro íntimo das vaidades seculares







Margarita Georgiadis







talvez amanhã possa dizer que não
.em jeito de ponto final .breve .no
encontro dizível das palavras .dos
apontamentos .das notas redigidas
em rodapé .no antagonismo das culpas
releváveis .dos cérebros paralisados .dos
corpos aquecidos na raiva .suplicante o
medo .inexistente o afecto .legitima-se
o ruído e ferido o engano
cultiva-se dos homens a reacção à acção
.das bestas a acção reactiva à desculpa
.fácil







somos filhos de memórias centrífugas







Margarita Georgiadis







estranho este mundo .este agora .este fim
mensurável ao minuto .concomitante quanto
orgânico .medievo quanto contemporâneo
.a gestão dos contrários insurge-se no
dia a dia como uma forma de chicote
.somos filhos da crueldade e da mesma
colhemos o leite azedado em vãos propósitos
.e continuamos a nada aprender com o
desamparo cerzido pela saga dos
acréscimos .perto e longe o desmedro escreve-
-se em maiúscula e os deuses enxertados
em demónios louvam as convulsões .avulsas
.a tensão alonga-se .o vento silencia .e o lugar
de nós circunscreve-se à não resistência
duma vala comum






bordados a ponto cruz







Margarita Georgiadis







enquanto sopro de angústia
eis a desculpa
do latejar a morte .o medo fere
os corpos vagamundos num nortear
a cadência das horas violadas
.o ódio fratricida
vincula .arma-nos até aos dentes
.somos velames
taciturnos
dum branquear a fome
o medo
o não olhar para além
do terrado .uma vala comum e um
crepitar de lágrimas ou a moeda de
troca num gazear de armas grafitadas
pelo mar
.morto
.somos o que cerzimos .a ponto
cruz






no acenar do medo







Margarita Georgiadis







não sei o significado das coisas fáceis. dos
ritmos abafados .das simetrias amansadas
pelas palavras de ordem
arroladas em celofane .os lobos
varreram os ecos numa algazarra de
aguarelas gizadas pelas armas .deixam-se
aquietar na raiva que os acirra .nas patas
que sangram o perdão
não facilitado dos que nada têm para
trocar .comuta-se um olho por uma perna
.um esgar de morte
por um sorriso .terrível a força mordaz
com que as memórias se afundam nos caudais
que não correm para a foz
.rasuram-se na baba congelada dos que
arengados ao chão
regam a sangue a vala dos lugentes
enquanto
o gosto pela mordidela fere o palco
das maledicências precárias






no encontro íntimo das vaidades seculares







Margarita Georgiadis







talvez amanhã possa dizer que não
.em jeito de ponto final .breve .no
encontro dizível das palavras .dos
apontamentos .das notas redigidas
em rodapé .no antagonismo das culpas
releváveis .dos cérebros paralisados .dos
corpos aquecidos na raiva .suplicante o
medo .inexistente o afecto .legitima-se
o ruído e ferido o engano
cultiva-se dos homens a reacção à acção
.das bestas a acção reactiva à desculpa
.fácil






apraz-me o resmungo da noite







Volodya Kenarev







é de noite que resmungo
a temperança de me saber escrita
.credível ou não
.tempero de aleurismas
.augúrio de constructos
.é de noite que insinuo
a crispação das cores
como é de noite que tardo
o tempo de renovar o in.tocável
.é de noite que envolta em vário matiz
assinto o passadio do nu e
serva de epifanias
mastigo o som do silêncio
(con)sagrado só para mim






a hora do lobo







Volodya Kenarev







cheguei à hora do lobo
.pedi-lhe por empréstimo a audácia
.a extrema solidão
.abri o peito à teimosia de
me haver em fim de tolerância e
fiz das unhas garras de extermínio
.desprendo os fios que a morte deixou
pendurados à boca do vento
.ousei-me in.sepulta nos dias que
perseguem o meu a-deus
ao tempo das saudades maiores e
quero-me em noite de rescaldos
cansada do
menoscabo das vozes merencórias






exige-se o expurgo do hoje







Volodya Kenarev







é ao som do violino que procuro
a forma de rechaçar o cérebro .de
abri-lo e perceber que o tempo
é a forma conceptual de esgrimir
o amanhã .assentar o barulho
.passar de um modo de cimentar
o equilíbrio das mãos com a paragem
do igual mente exigível
.um pousio não desejado fomenta
o des.interesse .a apatia contradiz
a vontade e os minutos desprendem-se
in.orgânicos .seguros pelas horas e
pelos dias .monótonos
.as vozes circundantes tornam-se
turbulências não desejadas
.nada é mais exigível que o expurgo do
hoje repetido à exaustão






a humildade do último baile de máscaras







Volodya Kenarev







na lombada de um livro
ensaiarei o meu último baile .de máscaras
.palmarei grifos em páginas e
em cada folha podarei ramos e ramos de
orquídeas negras .ressalvo-me da
sedução ao deixar a litania sob
a arcada virada a sul já que a norte
a vulgarização das línguas saudará
as laudas dos posfácios
.as badanas servir-me-ão de
harpa às recensões e as anástrofes que
darão forma ao  miolo
serão a purga dos poemas
macerados de pinceladas geniais







farta de tanta chuva







Volodya Kenarev







amanhã
amoldarei o sol ao estribilho da chuva






3.


















 ... o agigantar de tensões ...











ao ritmo lento do sol de inverno







Naoto Hattori







é pouca a vontade de des.fadigar o estio
.ao contrário da sombra a árvore é pousada






somos filhos de memórias centrífugas







Margarita Georgiadis







estranho este mundo .este agora .este fim
mensurável ao minuto .concomitante quanto
orgânico .medievo quanto contemporâneo
.a gestão dos contrários insurge-se no
dia a dia como uma forma de chicote
.somos filhos da crueldade e da mesma
colhemos o leite azedado em vãos propósitos
.e continuamos a nada aprender com o
desamparo cerzido pela saga dos
acréscimos .perto e longe o desmedro escreve-
-se em maiúscula e os deuses enxertados
em demónios louvam as convulsões .avulsas
.a tensão alonga-se .o vento silencia .e o lugar
de nós circunscreve-se à não resistência
duma vala comum






e mais ainda sem rótulos







Margarita Georgiadis







em tempo de memórias vãs
acordo 
devagar mente
a fim
de ombrear o sonho







a transgressão do jogo como hora ou limite







Margarita Georgiadis







sem legendas concebe-se o último rogo
dos mortais .omissos em confidências
.em trâmites des.ordenados onde as palavras
gastas e inúteis
perdem-se no labirinto das memórias
não (con)sentidas .um olhar mutante .um
esgar mortífero .turva a fadiga exaurida
ao segundo .e na geometria da dor os
lamentos são microcosmos em fim de
prece .de nada servem as desculpas dos
omissos .as ausências petrificadas no efémero
da vida .prosaica ao rasgo a lucidez admitida
como in.consciência .no jogo ávido da
barbárie transgride-se ao limite e
longe ou perto o negro da afronta alberga
a face no silêncio dos contrários