abrem-se as mãos como fendas toleradas







Margarita Georgiadis







há que parar e tomar consciência
que mais não somos que uma minúscula
célula do Universo .um corpo em trânsito
ou um equilíbrio desequilibrado
.um tempo pacificador da guerra .o dos sonhos
perde-se num fio de ranho penhorado como luxo
nos rosários levantados do chão .o paradoxo
in extremis ou Deus como o
primeiro a sucumbir quando o estrondo
dos bombardeios ensurdeceu as aves
.os dedos em prece abonam o uso e o abuso
das armas e das modificações ambientais
.escasseia o respeito pela ordem
rectificada
hoje por uns
amanhã por outros e
as fendas outrora templos
abrem as goelas aos meninos do futuro
.as meninas desconhecidas as bonecas
tornam o estigma da morte ainda mais
inumano