no acenar do medo







Margarita Georgiadis








não sei o significado das coisas fáceis. dos
ritmos abafados .das simetrias amansadas
pelas palavras de ordem
arroladas em celofane .os lobos
varreram os ecos numa algazarra de
aguarelas gizadas pelas armas .deixam-se
aquietar na raiva que os acirra .nas patas
que sangram o perdão
não facilitado dos que nada têm para
trocar .comuta-se um olho por uma perna
.um esgar de morte
por um sorriso .terrível a força mordaz
com que as memórias se afundam nos caudais
que não correm para a foz
.rasuram-se na baba congelada dos que
arengados ao chão
regam a sangue a vala dos lugentes
enquanto
o gosto pela mordidela fere o palco
das maledicências precárias