bordados a ponto cruz







Margarita Georgiadis







enquanto sopro de angústia
eis a desculpa
do latejar a morte .o medo fere
os corpos vagamundos num nortear
a cadência das horas violadas
.o ódio fratricida
vincula .arma-nos até aos dentes
.somos velames
taciturnos
dum branquear a fome
o medo
o não olhar para além
do terrado .uma vala comum e um
crepitar de lágrimas ou a moeda de
troca num gazear de armas grafitadas
pelo mar
.morto
.somos o que cerzimos .a ponto
cruz