Margarita Georgiadis
é na crueza de uma madrugada que a lucidez
se perde e a inevitabilidade se arroga
em glossários desculpáveis .a
in.sensatez disfarça-se e o ataque
santifica-se como arma de arremesso
.é a legalidade dos senhores do mundo
.arrogantes .pretéritos .cujo fascínio pelo
poder evidencia a necessidade
aforística de relevar a dúvida .e nós? ratos
famintos dos despojos alheios consentimo-nos
ao longe disfarçados de marionetas
.ajustamo-nos às
farpas cerzidas na crueza dúplice do
poder reivindicado a três
a quatro a cinco ou a mais .e em todas as horas
há inocentes gazeados .violados
que se atropelam e
crescem nas margens .resquícios de vidas
em restos e pedras
em escarpas e dor
em erros arrogantes
legitimados pela voracidade dos abutres