cantar de fresco







é na bola redonda do nada que inscrevo
um modo outro de tecer a renda .substraio
o deleite de mergulhar os dedos na tinta
e avermelhar os contornos de um cantar
de fresco .o dia atravessa a noite e na minha
mente
calados os versos
agravam-se as cópulas de um singular
agrado .arde-me o corpo no crepitar do
amor .rasgo-o e afasto-me para melhor me
haver na terra do sim .dos livros capitulares
acentua-se o esquecimento como sulco de um
admitir as distâncias .cegas .cego-me .visto-
-me .dispo-me e chego .trago nas algibeiras
um avivar de cinzas e
na calada do tempo
rasgo a pedra .venerável .acendo o agravo e
com os pés cozidos
por dentro pelo cansaço
afasto a poalha a fim de prosseguir a órfica
viagem .decanto o rosto presa à im.paciência
de acentuar a nudez 






caras ionut