sabe a sangue o a-deus ao canto







Kilian Schoenberger







enviesam-se as dobras da morte
quando os meninos acolhem o sangue
que lhes serve de cama .um silêncio
álacre atira para a ponta da lança a
saliva de um a-deus adentro o estrondo
e a bala .o menino cala .no peito a
destruição e o cuspo .a traição de uma
voz guardada na ordem de matar em
escalas mais elevadas .podia ser amor
.mas é mortífero o desejo de
embalar as mãos infantes .não .o
canto do pássaro azul funde-se entre
a vida e a morte
num charco de carne concebida em
glosas de pus e sangue