horas mortas ao serviço do demo







lucio ranucci







não encontro entre o sossego do cão que me espreita do outro lado da janela e o espectro da hora de chorar os vivos verosimilhança ou arrojo .um descansa a cabeça sobre as patas dianteiras como se a vida lhe houvesse por direito .um levantar devagar assumido em gestos simbólicos .um advir ao ritmo lento de quem vive tranquilo .vigílias deixadas ao poente quando os espectros lançam os dentes sobre  a perfídia crivada por crises de identidade
.abandona o cão a serventia magoada do impulso .eu deixo-a conflituar