a cumplicidade num estender de mão







lucio ranucci







gosto de me perder no olhar do cão .ansiá-lo no estender a pata .alongar o corpo e ressonar os vivos com olhos vagamundos .pouso a minha mão sobre a sua cabeça no mistério cúmplice de um olhar terno .recolho a mão enquanto as costas se me despedem num até logo à guarda da ausência .entre ambos a simbiose perfeita do aconchegar a eficácia dos gestos permitidos .de recebê-los à boca do (con)sentimento
eu perco-me na opacidade do atravessar a tarde em busca de novos andamentos
o cão lambe as forças conjugáveis de um estar assim mais nós