uma forma outra de recuperar o tempo







não gastes palavras .não soltes os ventos
.cerra as mandíbulas escorrentes os modos
e se amanhã a ilusão for o mote
arroga-a
de prestes
à minudência de uma vaidade falhada ou
a um golpe de mestre alijado ao futuro 
.volta menino ao útero da língua e no
traçado do passo
gravida o engano .o jogo feminino no sentir
palpável discursa por dentro
onde tu demoras
apostado no erro e
transferes a lucidez do ontem para a falácia do
hoje
apegado ao fascínio e à mordaça de Vénus
.volta menino à espada e ao sal .à tatuagem do
tempo e recupera
arrumada a casa
a solidão do nada no voo do falcão






gabriele corno