reconheço que morri







laura makabresku







envenenei-me de palavras no dia em que morri .fechei as mãos e cuspi para os dedos circunspecta num olhar o círculo mágico que os meus pés traçavam no horizonte .deslizei .aguardava-me um outro modo de magoar as margens quando as folhas oscilaram entre a saudade e o declínio da adultez
talvez a minha morte se revestisse de parênteses como
uma forma cúmplice de completar o genocídio do verbo